segunda-feira, 31 de março de 2008

Vontades

"Que vontade
De ser menino,
em vão,
me subiria
Numa praia
luminosa
e sem fim,
a buscar
o não-sei-quê
Da infância,
que faz correr
correr
correr...
Deveria haver
também um rato
morto na sarjeta,
um odor de bogaris
E um cheiro
de peixe
fritando.
Deveria haver
muito calor,
que uma sub-reptícia
Brisa viria
suavizar
fazendo festa
na axila.
Deveria haver
em mim
um vago desejo
de mulher
e ao mesmo tempo
De espaciar-me.
Relógios
deveriam
bater
Alternadamente
como bons relógios
nunca certos
.Eu poderia
estar
voltando
de,
ou
indo
para:
não teria
a menor
importância.
O importante
seria saber
que eu
estava presente
A um momento
sem história,
defendido
embora
Por muros,
casas
e ruas"

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