segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Presença



"É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,teu perfil exato e que, apenas, levemente, o ventodas horas ponha um frêmito em teus cabelos
É preciso que a tua ausência trescalesutilmente, no ar, a trevo machucado,a folhas de alecrim desde há muito guardadas
Não se sabe por quem nalgum móvel antigo
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
E respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
Que nunca te pareces com o teu retrato
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!..."

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